Olá, estou enviando o texto com o tema "Minha experiência com a Beatlemania" para concorrer ao par de ingressos para a Exposição.
Meu nome é Camila Marques Fagundes Caldas.
Aqui vai o texto:
"Sempre que penso em escrever sobre os Beatles, me pego fazendo um tremendo esforço para não acabar transformando minha narrativa em uma historia da relação sobre um pai e sua filha. Porque, pra todo o mundo, o quinto Beatle pode até ser George Martin ou Brian Epstein. Mas na história que irei contar, o quinto Beatle é das terras tupiniquins, nasceu debaixo dos braços do Cristo Redentor e pra mim é mais conhecido como "ÔH paiê!".
A genética diz que é possível que pais passem para seus filhos características e semelhanças físicas ou comportamentais. Mas minha genética foi além. Seja por um milagre científico ou apenas pura sorte, eu já nasci com uma paixão. Tenho quase certeza de que me foi passada geneticamente, talvez até no momento em que fui concebida. Eu já nasci amando os Fab Four!
Pode parecer exagero, mas eu apenas não consigo me lembrar de em algum momento ter havido um ritual, uma ocasião em que eu fui formalmente apresentada às quatro cabecinhas cabeludas e suas músicas. Eu apenas já os conhecia, desde sempre. Eu simplesmente já sabia, como algo inato, reconhecer os acordes, as notas, as letras.
- Isso é Beatles, e isso é bom!
Minha mente automaticamente dizia sempre que alguma música deles tocava no carro, na televisão, ou até mesmo em alguma das vitrolas que cresci vendo meu pai tentando resgatar.
Obviamente, com o tempo, eu mesma fui tomando reconhecimento dessa paixão que aparentemente já nasceu em mim. Eu fui escolhendo minhas músicas favoritas, aprendendo a cantá-las em inglês, comecei a reproduzir para meus amigos algumas das várias histórias que meu pai me contava sobre sua banda favorita, adicionei as musicas que mais gostava ao meu Ipod. Com o tempo, o amor pelos Beatles deixou de ser genético e passou a ser opcional: Eu queria amá-los!
Óbvio, não é mesmo, os caras são f*** rs.
Mas, além das melodias incríveis, das letras comoventes, de toda a história de revolução e evolução cultural, industrial e musical que caminha lado a lado à história dos Bealtes, acho que o que mais me comove é a capacidade que a música dos 4 tem de aproximar pessoas, criar relações, curar feridas, acalentar. E eu e meu pai somos a prova viva disso.
Sempre nos demos bem, mas como toda relação entre um pai e sua pupila, há altos e baixos. E sinto que todas as vezes em que estava me distanciando do "meu velho", de alguma forma, fomos reunidos pelos Reis do Yeah Yeah Yeah. Fosse por meio de algum vídeo clipe caseiro que resolvi gravar e dar para ele de presente, fosse através de alguma ligação feita de dentro do carro...
- Oi filha, ouve isso aqui!
- ".....while my guitar gently weeeppsss..."
- Estava voltando do trabalho e começou a tocar esta música no rádio, lembrei de você!
Fosse porque precisava muito me mostrar mais um item que comprou para sua coleção, um documentário novo que saiu, uma beatleamizade nova que fez, um disco raro que encontrou.... Os Beatles já utilizaram todas as formas possíveis de me reaproximar do meu pai, e isso será sempre o que mais vou amar nesta banda.
Ela me permitiu criar um elo eterno, vivo, pulsante e dançante de estar sempre conectada com meu quinto Beatle. Eu posso estar em qualquer lugar do mundo, em qualquer situação, basta ouvir uma música deles para meu pai se personificar na minha mente, obviamente alegre, como se estivesse curtindo aquele som comigo, fazendo algum comentário curioso sobre a música.
- Oi filha, ouve isso aqui!
- ".....while my guitar gently weeeppsss..."
- Estava voltando do trabalho e começou a tocar esta música no rádio, lembrei de você!
Fosse porque precisava muito me mostrar mais um item que comprou para sua coleção, um documentário novo que saiu, uma beatleamizade nova que fez, um disco raro que encontrou.... Os Beatles já utilizaram todas as formas possíveis de me reaproximar do meu pai, e isso será sempre o que mais vou amar nesta banda.
Ela me permitiu criar um elo eterno, vivo, pulsante e dançante de estar sempre conectada com meu quinto Beatle. Eu posso estar em qualquer lugar do mundo, em qualquer situação, basta ouvir uma música deles para meu pai se personificar na minha mente, obviamente alegre, como se estivesse curtindo aquele som comigo, fazendo algum comentário curioso sobre a música.
Tem como agradecer isso? Tem como agradecer uma banda por um feito tão nobre? O feito de criar um eterno alento em meu coração de que, até mesmo quando ele não estiver mais aqui, eu ainda terei um canal de comunicação, uma memória viva dele a cada música que eu escutar? Acredito que não. Assim como acredito que muitas outras filhas, filhos, netos, sobrinhos e amantes pelo mundo possuem este elo eterno com alguém criado pela música.
Obrigado John, Paul, George e Ringo. Não há nada mais gratificante do que um amor eternizado em mais de 150 canções.
PS: Eu disse que seria difícil não acabar escrevendo sobre a relação entre um pai e sua filha... Falhei, rs."
2 Comentários:
Maravilhoso. A prova que os Beatles foram muito além da música. Eles espalharam e ainda espalham Amor. São beneméritos da Humanidade. Parabéns, Camila. Belo texto.
Camila mandou muito!
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