Era uma vez um verão........
Em 18 de julho de 1974, um sábado, o Beatle John Lennon descansava à beira da piscina em sua mansão em Los Angeles. John estava acompanhado de sua secretária e namorada naquela ocasião: May Pang.


Ele curtia a fase do famoso ‘Lost Weekend’, em que resolvera dar um tempo com Yoko Ono.
Outras companhias naquela tarde agradável incluíam os amigos mais chegados, Keith Moon, Eric Clapton e Ringo Starr, de férias na cidade.
Às 4 horas da tarde, chegaram de surpresa Paul e Linda McCartney, que se preparavam para gravar com sua
banda Wings em New Orleans, o álbum que ficaria conhecido como ‘Venus and Mars’ e, de passagem por L.A.,
decidiram visitar os amigos.
George Harrison, que também se encontrava na Califórnia em meio a sua turnê americana daquele verão,
recebeu um telefonema de Ringo, e de guitarra em punho, partiu também para a casa de Lennon.
Pela primeira vez reunidos desde 1969, e com a companhia de velhos amigos, os quatro Beatles foram curtindo a
tarde cheia de recordações dos velhos tempos…
Outras companhias naquela tarde agradável incluíam os amigos mais chegados, Keith Moon, Eric Clapton e Ringo Starr, de férias na cidade.
Às 4 horas da tarde, chegaram de surpresa Paul e Linda McCartney, que se preparavam para gravar com sua
banda Wings em New Orleans, o álbum que ficaria conhecido como ‘Venus and Mars’ e, de passagem por L.A.,
decidiram visitar os amigos.
George Harrison, que também se encontrava na Califórnia em meio a sua turnê americana daquele verão,
recebeu um telefonema de Ringo, e de guitarra em punho, partiu também para a casa de Lennon.
Pela primeira vez reunidos desde 1969, e com a companhia de velhos amigos, os quatro Beatles foram curtindo a
tarde cheia de recordações dos velhos tempos…
Depois de alguns goles de tequila, o som começou a rolar!
John correu para a varanda da casa e colocou pra tocar seu álbum recém lançado, ‘Walls and Bridges’, escondendo sorrateiramente atrás da prateleira uma cópia do ‘Band on the Run’ de Paul, que ele costumava ouvir quando ficava deprimido.
Ringo Starr era só sorrisos, saboreando o imenso sucesso de seu último trabalho, ‘Ringo’, de 1973 e, claro,
também havia uma cópia de seu disco, que foi o próximo a ser curtido.
também havia uma cópia de seu disco, que foi o próximo a ser curtido.
Harrison, além da guitarra, trouxe umas fitas demo do álbum que estava gravando antes da turnê, e também quis
a opinião de seus parceiros sobre elas. Ele havia criado sua própria gravadora, a ‘Dark Horse Records’, e este
era o título provisório de seu novo álbum a ser lançado até o final do ano.
a opinião de seus parceiros sobre elas. Ele havia criado sua própria gravadora, a ‘Dark Horse Records’, e este
era o título provisório de seu novo álbum a ser lançado até o final do ano.
Todos os discos e fitas foram ouvidos exaustivamente!
Nesse clima de camaradagem, e de ‘vamos fazer um som juntos’, os amigos resolveram montar a bateria de
Ringo na garagem bastante espaçosa.
Ringo na garagem bastante espaçosa.
McCartney na época andava tocando em sua banda com um baixo Rickenbaker, que convenientemente ele
deixava sempre no carro. George trouxe uma Fender, e John correu para buscar sua Epiphone Casino para
relembrar os velhos tempos.
deixava sempre no carro. George trouxe uma Fender, e John correu para buscar sua Epiphone Casino para
relembrar os velhos tempos.
Clapton, que veio de Miami para descansar das gravações do álbum ‘461 Ocean Boulevard’, não teve outra
alternativa e foi procurar uma guitarra, encontrando uma Gibson Les Paul no quarto de John. O ‘maluco’ Keith
Moon conseguiu até achar um pandeiro.
alternativa e foi procurar uma guitarra, encontrando uma Gibson Les Paul no quarto de John. O ‘maluco’ Keith
Moon conseguiu até achar um pandeiro.
Em meio aquela deliciosa desordem, havia dois microfones estilo ‘anos 50’ prontos para serem usados e
amplificadores Vox por todo o lado.
Estava assim montada uma bandinha de garagem pra ninguém botar defeito.
O agito todo começou com uma ‘jam session’ lá pelas 11 horas da noite.
Como testemunhas, além de May Pang e Linda McCartney, estavam presentes o incansável roadie Mal Evans e o
cantor Harry Nilsson que fazia uma pausa nas gravações de ‘Pussycats’, álbum que estava sendo produzido por
Lennon.
amplificadores Vox por todo o lado.
Estava assim montada uma bandinha de garagem pra ninguém botar defeito.
O agito todo começou com uma ‘jam session’ lá pelas 11 horas da noite.
Como testemunhas, além de May Pang e Linda McCartney, estavam presentes o incansável roadie Mal Evans e o
cantor Harry Nilsson que fazia uma pausa nas gravações de ‘Pussycats’, álbum que estava sendo produzido por
Lennon.
A primeira música que eles fizeram questão de tocar pra valer, foi ‘Rock’n’Roll Music’, uma homenagem à
música negra americana e a Chuck Berry em particular. John assumiu os vocais como no álbum ‘Beatles for
Sale’, e a coisa pegou fogo. Pra enlouquecer o clima ainda mais, Eric e George capricharam no
acompanhamento pra substituir o piano da gravação original.
A primeira canção gravada oficialmente em single pelos Beatles veio a seguir, e neste momento Ringo assumiu
os vocais de ‘Love Me Do’, deixando Paul com o backing vocal. Quando eles se deram conta, Lennon não estava
mais na garagem, voltando correndo minutos depois, com uma gaitinha de boca pro solo da música. Foi,
literalmente, de arrepiar!
A ênfase toda do divertimento estava na 1ª fase da banda. Eles imaginavam estar em um daqueles clubinhos de
Hamburgo, na Alemanha, tocando rock pauleira. Era praticamente o punk em seu estágio primário.
Alguém lembrou dos vizinhos… Eles deveriam estar imaginando o porquê de toda aquela zoeira! Mal Evans
resolveu abrir o portão da residência, para averiguar, e, quando se deu conta, metade das pessoas da quadra
havia invadido o enorme pátio da mansão.
Agora eles tinham audiência!!
música negra americana e a Chuck Berry em particular. John assumiu os vocais como no álbum ‘Beatles for
Sale’, e a coisa pegou fogo. Pra enlouquecer o clima ainda mais, Eric e George capricharam no
acompanhamento pra substituir o piano da gravação original.
A primeira canção gravada oficialmente em single pelos Beatles veio a seguir, e neste momento Ringo assumiu
os vocais de ‘Love Me Do’, deixando Paul com o backing vocal. Quando eles se deram conta, Lennon não estava
mais na garagem, voltando correndo minutos depois, com uma gaitinha de boca pro solo da música. Foi,
literalmente, de arrepiar!
A ênfase toda do divertimento estava na 1ª fase da banda. Eles imaginavam estar em um daqueles clubinhos de
Hamburgo, na Alemanha, tocando rock pauleira. Era praticamente o punk em seu estágio primário.
Alguém lembrou dos vizinhos… Eles deveriam estar imaginando o porquê de toda aquela zoeira! Mal Evans
resolveu abrir o portão da residência, para averiguar, e, quando se deu conta, metade das pessoas da quadra
havia invadido o enorme pátio da mansão.
Agora eles tinham audiência!!
‘Twist and Shout’, quem não lembra dela? John a tomou como um desafio, para saber se ainda tinha gogó para
tanto. Foi soberbo ouvir aqueles sons de guitarra tão familiares acompanhando o vocal visceral de Lennon. Os meninos capricharam nos detalhes, e o coro de George e Paul respondendo ao vocal de John estava afiadíssimo.
As meninas presentes pediram uma balada a Paul. Ele preferiu emendar o rockinho alegre de ‘All My Loving’,
com um magistral acompanhamento de seu baixo e da guitarra esperta de George. A galera delirou!
Keith Moon empurrou Clapton para o microfone, meio contra a vontade do ‘guitar man’, e Eric então resolveu
arriscar. Entre todas as canções que ele poderia tocar, ele escolheu uma que talvez não fosse a mais apropriada
para a ocasião. Resolveu cantar ‘Layla’.
Esta música havia sido dedicada à esposa de George Harrison, Pattie Boyd, no início da década. Agora eles estavam
separados e Pattie havia se mudado para a casa de Eric. Todos os presentes reconheceram imediatamente os
primeiros acordes da guitarra de Clapton, e os olhares se voltaram para George.
Como para dizer ao amigo que aceitava a situação – aliás, George já namorava sua futura esposa Olivia –
Harrison se aproximou de Clapton e cantou o refrão junto com ele. A reação dos amigos músicos foi de emoção,
e a dos espectadores foi primeiro de perplexidade e depois de aplausos intermináveis.
A canção chega ao fim com um abraço emocionado dos dois grandes amigos.
tanto. Foi soberbo ouvir aqueles sons de guitarra tão familiares acompanhando o vocal visceral de Lennon. Os meninos capricharam nos detalhes, e o coro de George e Paul respondendo ao vocal de John estava afiadíssimo.
As meninas presentes pediram uma balada a Paul. Ele preferiu emendar o rockinho alegre de ‘All My Loving’,
com um magistral acompanhamento de seu baixo e da guitarra esperta de George. A galera delirou!
Keith Moon empurrou Clapton para o microfone, meio contra a vontade do ‘guitar man’, e Eric então resolveu
arriscar. Entre todas as canções que ele poderia tocar, ele escolheu uma que talvez não fosse a mais apropriada
para a ocasião. Resolveu cantar ‘Layla’.
Esta música havia sido dedicada à esposa de George Harrison, Pattie Boyd, no início da década. Agora eles estavam
separados e Pattie havia se mudado para a casa de Eric. Todos os presentes reconheceram imediatamente os
primeiros acordes da guitarra de Clapton, e os olhares se voltaram para George.
Como para dizer ao amigo que aceitava a situação – aliás, George já namorava sua futura esposa Olivia –
Harrison se aproximou de Clapton e cantou o refrão junto com ele. A reação dos amigos músicos foi de emoção,
e a dos espectadores foi primeiro de perplexidade e depois de aplausos intermináveis.
A canção chega ao fim com um abraço emocionado dos dois grandes amigos.
Para não deixar a peteca cair, Ringo aproveitou para emendar uma versão de seu hit ‘Photograph’
acompanhado no vocal por George. Moon assumiu a batera e Ringo fez todo mundo dançar e se emocionar
novamente.
Inspirado por Ringo, Paul puxou a introdução de ‘With a Little Help From My Friends’ com seu baixo, e fez um
dueto vocal com o baterista que teria ficado perfeito no ‘Sgt. Pepper’s’.
Com todos ligadíssimos, a banda passou a improvisar um medley, começando com ‘Foxy Lady’ de Hendrix,
viajando por ‘Sunshine of Your Love’ do Cream e terminando com o rockão ‘Back in the USSR’.
Em plena madrugada o som ainda rolava lindo, pesado e solto. Então, Paul comandou a bandinha nos acordes
iniciais da música ‘Band on the Run’, carro chefe de seu último álbum e imenso sucesso nas paradas. Esta
canção mais do que apropriada para o momento foi seguida de versões animadíssimas de ‘Jet’ e ‘Live and Let
Die’, uma legítima trilogia do rock de McCartney, momento em que a garagem chegou a tremer com o impacto
sonoro.
John, muito receptivo aquela noite, quis manter o clima alto astral com uma deliciosa cover dos anos 50, a
inesquecível ‘Blue Suede Shoes’, canção que na voz de Elvis Presley foi uma das maiores inspirações para sua
carreira. A agitação toda virou bailinho do interior com essa sacada de Lennon.
acompanhado no vocal por George. Moon assumiu a batera e Ringo fez todo mundo dançar e se emocionar
novamente.
Inspirado por Ringo, Paul puxou a introdução de ‘With a Little Help From My Friends’ com seu baixo, e fez um
dueto vocal com o baterista que teria ficado perfeito no ‘Sgt. Pepper’s’.
Com todos ligadíssimos, a banda passou a improvisar um medley, começando com ‘Foxy Lady’ de Hendrix,
viajando por ‘Sunshine of Your Love’ do Cream e terminando com o rockão ‘Back in the USSR’.
Em plena madrugada o som ainda rolava lindo, pesado e solto. Então, Paul comandou a bandinha nos acordes
iniciais da música ‘Band on the Run’, carro chefe de seu último álbum e imenso sucesso nas paradas. Esta
canção mais do que apropriada para o momento foi seguida de versões animadíssimas de ‘Jet’ e ‘Live and Let
Die’, uma legítima trilogia do rock de McCartney, momento em que a garagem chegou a tremer com o impacto
sonoro.
John, muito receptivo aquela noite, quis manter o clima alto astral com uma deliciosa cover dos anos 50, a
inesquecível ‘Blue Suede Shoes’, canção que na voz de Elvis Presley foi uma das maiores inspirações para sua
carreira. A agitação toda virou bailinho do interior com essa sacada de Lennon.
Ninguém queria acabar com a festa, mas o dia estava amanhecendo…
George então cochichou no ouvido de Clapton e ambos foram para dentro da casa de onde voltaram em seguida
carregando dois violões de 12 cordas.
Os outros adivinharam logo o que George queria, e assim que os primeiros acordes de violão de ‘My Sweet Lord’
começaram, todos que estavam presentes se uniram a Harrison cantando este hino dos anos 70!
carregando dois violões de 12 cordas.
Os outros adivinharam logo o que George queria, e assim que os primeiros acordes de violão de ‘My Sweet Lord’
começaram, todos que estavam presentes se uniram a Harrison cantando este hino dos anos 70!
Tudo terminou ali! Os privilegiados espectadores foram gentilmente convidados a se retirarem – o que fizeram
relutantemente – para que todos pudessem descansar. Quando todos foram embora, Linda, May Pang e Harry
Nilsson se recolheram.
Os caras, ainda acompanhados por Mal Evans que havia preparado um ‘english tea’, se sentaram no chão da
garagem, exaustos. Eles comentaram que nunca haviam curtido tanto tocarem juntos e que talvez algum dia
pudessem até vir a fazer algumas gravações. Tudo dependeria da agenda deles.
relutantemente – para que todos pudessem descansar. Quando todos foram embora, Linda, May Pang e Harry
Nilsson se recolheram.
Os caras, ainda acompanhados por Mal Evans que havia preparado um ‘english tea’, se sentaram no chão da
garagem, exaustos. Eles comentaram que nunca haviam curtido tanto tocarem juntos e que talvez algum dia
pudessem até vir a fazer algumas gravações. Tudo dependeria da agenda deles.
Eram 7 horas da manhã quando resolveram ir dormir…
Nesse momento John se deu conta de que havia alguns fios que saíam da garagem, atravessavam o gramado e
entravam em sua casa.
Todos se entreolharam!! Mal Evans sorriu!!
Sem que os outros soubessem, ele havia gravado toda a brincadeira.
Os cabos desembocavam numa tape machine caseira de 4 canais de John.
O que em outros tempos teria sido motivo de discussões entre eles, agora era comemorado.
Quem sabe no futuro eles poderiam até lançar estas gravações ao vivo!*
entravam em sua casa.
Todos se entreolharam!! Mal Evans sorriu!!
Sem que os outros soubessem, ele havia gravado toda a brincadeira.
Os cabos desembocavam numa tape machine caseira de 4 canais de John.
O que em outros tempos teria sido motivo de discussões entre eles, agora era comemorado.
Quem sabe no futuro eles poderiam até lançar estas gravações ao vivo!*
*Mal Evans foi embora com as fitas.
Em 1976 ele seria assassinado em sua residência de Los Angeles.
Atualmente ninguém sabe o paradeiro dessas gravações!
Atualmente ninguém sabe o paradeiro dessas gravações!
Por Dado Macedo
11/11/2010
Publicado originalmente na Comunidade “We Love the Beatles Forever” no antigo Orkut, esta foi a história de um encontro que todos nós gostaríamos que fosse realidade!
11/11/2010
Publicado originalmente na Comunidade “We Love the Beatles Forever” no antigo Orkut, esta foi a história de um encontro que todos nós gostaríamos que fosse realidade!
A Realidade
De fato aconteceu um encontro em 1974 em que Paul McCartney e John Lennon tocaram juntos depois do fim dos Beatles e ficou conhecido como “A Toot and a Snore in 74”, mas quem esteve neste dia na casa de John Lennon foi Keith Moon, Harry Nilson, Ringo Starr, Paul, Linda, e Mal Evans, além de May Pang!
O Dado colocou lá também George e Eric Clapton, que estavam também nos EUA, George fazendo sua turnê, então
tudo teria sido mesmo possível!!!
Mencionado pela primeira vez por Lennon em uma entrevista em 1975, mais detalhes foram trazidos à luz em 1983 com o lançamento do livro de May Pang, “Loving John”, e ganhou destaque mais amplo quando McCartney fez referência à jam session em uma entrevista de 1997. Discutindo com o escritor australiano Sean Sennett em seu escritório no Soho, McCartney afirmou que “a sessão foi nebulosa… por uma série de razões”.
Existe foto de Ringo e Paul juntos e dizem que eles até chegaram a fazer um sonzinho, tipo foram num estúdio ali do lado, e deixaram algo gravado!
O Dado colocou lá também George e Eric Clapton, que estavam também nos EUA, George fazendo sua turnê, então
tudo teria sido mesmo possível!!!
Mencionado pela primeira vez por Lennon em uma entrevista em 1975, mais detalhes foram trazidos à luz em 1983 com o lançamento do livro de May Pang, “Loving John”, e ganhou destaque mais amplo quando McCartney fez referência à jam session em uma entrevista de 1997. Discutindo com o escritor australiano Sean Sennett em seu escritório no Soho, McCartney afirmou que “a sessão foi nebulosa… por uma série de razões”.
Existe foto de Ringo e Paul juntos e dizem que eles até chegaram a fazer um sonzinho, tipo foram num estúdio ali do lado, e deixaram algo gravado!
O encontro ocorreu há 41 anos e recebeu o nome de “A Toot and a Snore in 1974”.
Disse : Lucinha Zanetti :
Sonho e realidade se misturam nesta narração do Dado Eduardo Lenz de Macedo, que "salvei" das cinzas do antigo Orkut...
1 Comentários:
Obrigada por compartilhar Luiz Lennon!
Bem que poderia ser tudo verdade, não é!
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