Dia Mundia do Rock de 2014.....................

The first live aid – 13 de julho, o dia mundial do rock!

live-aid-cutLondres, para o Beatles College – Aquele show no dia 13 de julho de 1985 por pouco não sai. Como eu estava com a agenda muito cheia na sexta que antecedia o concerto, minha entrevista com Bob Geldof foi antecipada. Bob precisava estar noutro compromisso no horário que estava marcado comigo e por isso, como Lennon ainda não havia chegado em Londres, fui até o hotel onde estava Mr. Geldof (se eu soubesse que essa mudança de planos teria me amputado o direito de estar na coletiva de Lennon eu certamente não teria ido), e comecei a entrevista como um bom correspondente. Afinal remarcada estava.
Lembro-me de que Bob falou muito vagamente sobre o show, apesar de nos dias anteriores ele ter se mostrado tão ativo, e percebi que alguma coisa não estava bem. Só depois de meia garrafa de whisky foi que Bob se soltou e me disse não sentir-se legal desde que fizera o papel de Pink no famoso filme de Alan Parker –The Wall. Com uma voz meio pastosa, quase balbuciava dizendo que o espectro de Pink não o deixava em paz e que o fantasma de Eric (o pai de Rogers Waters) sussurrava através de espelhos para que ele se alistasse num exército qualquer, pois a sua alma pedia uma granada. Eu, hein!
Bob Geldof & The Boomtown RatsBom, mas quando retirei meu gravador da bolsa, um dos seus empresários me pediu desculpas e literalmente arrastou Bob porta a fora. Em vários anos de entrevistas e tendo presenciado coisas de fazer uma crise do Jim Morrison parecer ensaio do Coro dos Meninos de Viena, achei aquilo muito estranho. Mesmo porque Bob tentou falar alguma coisa para mim através de entrecortados grunhidos e gestos que eu não pude entender. Pareceu-me que a sua boca tentava articular as palavras beat for us ou mesmo Beatles, mas daí deduzir algo estava difícil…
Fiquei tão chateado com aquilo que me mandei dali e entrei no primeiro pub que vi – acho que o Stream Energy – e me afoguei naquela cerveja inglesa de quatro quilos o caneco. Não sei se a cerveja não bateu bem com o whisky que eu havia tomado com o Bob, ou se pelo choque de ter presenciado aquele descontrole enigmático dele, ou se pelas duas coisas juntas, que, às quatro da manhã, eu realizava o sonho de vomitar do alto da famosa ponte da capa do disco do Paul McCartney, o London Town.
London_TownAli, imaginando-me sozinho e chamando o “hugo”, quase trombei com um sujeito mais bêbado do que eu numa bicicleta gritando: “- Brazilian! U bastard!” e, desequilibrando-se, enfiou a roda dianteira da “aranha” numa fenda da ponte, estatelou-se no chão e me apontou o dedo médio da mão direita, o famoso pai-de-todos, em riste. Com o inusitado da situação, caí na risada e pensei em ir até lá para aplicar um belo pontapé na sua bunda branca, mas desisti, já que o vômito tinha sujado as lentes dos meus óculos. Sujeitinho sacripanta aquele irlandês! Quem ele pensava que era? Só porque trajava uma suéter imensa com a inscrição IRA tão grande que nem a sujeira dos meus óculos me impedia de ler? Ora! Já morei no Rio de Janeiro, rapá! Tenho medo de mais nada não, ora!
Deixei pra lá e fui pro hotel. No outro dia, dia do evento, abandonei o gravador junto das minhas credenciais e misturei-me com a galera para ver o show. Minha cabeça pesava mais do que o Big Ben e fazia os insuportáveis bléns-bléns de cinco em cinco minutos. Putz, que ressaca…
2005-7-14-livaid-goAcho que a beberagem do dia anterior acabou fundindo minha cuca, pois só no finalzinho do show – já haviam se apresentado Led ZeppelinJanis Joplin – que aos 42 anos mostrava uma voz bem madura, mas ainda firme e elétrica como sempre -, Rolling StonesPixiesDire Straits,QueenJimmi Hendrix e outros menos aguardados – quando os holofotes aos poucos foram mostrando Lennon, George, Paul e Ringo, que lembrei-me do Bob tentando me dizer que os Beatles estariam juntos! E eu tinha entrado sem minhas credenciais! Tentei falar com os guardas, mas eles estavam tão transtornados com a multidão, que parecia ter triplicado de tamanho ao notar quem estava no palco, que me brindaram com o cassetete na cabeça (por incrível que pareça a ressaca sumiu na hora – talvez porque eu tenha passado a me preocupar com o sangue que jorrava da minha sobrancelha direita e me melava o pescoço)! Ainda não sei como foi que os meus óculos não caíram.
Resumindo: Não entrevistei Bob Geldof direito, não vi John Lennon e não consegui ouvir ‘Come Together‘ ao vivo com os Beatles (O Queen ainda estava no palco e participaram cantando partes da sua canção ‘Fat Botommed Girls’)!
Nem vou contar ao lado de quem que eu fui amanhecer na cadeia de Londres. Isso é assunto para outro papo…
Por Carlos Edu Bernardes
@careduber
credito :    http://beatlescollege.wordpress.com/


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